As tartarugas são répteis com carapaças duras que cobrem o corpo mole. Sobreviventes, conseguiram escapar a várias séries de extinção em massa que ocorreram ao longo da história da Terra. Apesar de lentas e pouco ágeis, habitam o nosso planeta há mais de 200 milhões de anos. Viram surgir as cobras e os lagartos, as aves, os mamíferos e viram desaparecer os dinossauros e outras espécies.
Apesar de serem animais de estimação populares, as tartarugas não foram domesticadas e têm a capacidade de sobreviver sem a intervenção do homem. A comunicação com o dono é relativamente limitada quando comparada com outros animais como o cão ou o gato, mas devido à sua longevidade, mesmo sendo répteis, criam laços com o dono e são capazes de interagir com ele.

Comportamentos
Apesar de pouco estudadas e da multiplicidade de espécies, as tartarugas têm comportamentos semelhantes que nos permitem generalizar sobre aquilo que querem transmitir ao comportarem-se de determinada forma.
Voz
Os cães ladram e os gatos miam, mas as tartarugas não emitem sons para transmitir o seu estado de espírito. Existem contudo algumas excepções: as tartarugas com infecções respiratórias podem fazer uma espécie de sibilo. Durante o acasalamento, as tartarugas são bastante vocais e é comum ouvirem-se vários tipos de ruídos.
Os donos que têm tartarugas de estimação saudáveis mantidas sozinhas em aquários podem nunca ouvir um som da sua tartaruga.
Assim, a melhor forma de saber aquilo que as tartarugas nos querem transmitir é observando os seus gestos e atitudes.
Recolher-se para a carapaça
O comportamento mais conhecido das tartarugas é talvez a recolha para dentro da carapaça. Esta atitude é sobejamente retratada em filmes e animações que contenham tartarugas. A carapaça da tartaruga cobre todo o seu corpo à excepção dos membros e cabeça. Mas a tartaruga consegue recolhe-los para dentro da carapaça para sua protecção, tornando-se assim num pedaço de carapaça dura difícil de caçar e comer. 
Recolher as patas e a cabeça é uma atitude de defesa, accionada pela percepção de que se encontra em perigo ou medo. Em cativeiro, a tartaruga poderá esconder-se na sua carapaça quando não quer ser incomodada. 
Nadar contra os cantos e paredes
No caso das tartarugas aquáticas ou semi-aquáticas, os primeiros dias numa casa nova podem ser marcados pela insistência em nadar contra as paredes ou cantos do aquaterrário. Apesar de não ser um comportamento desejável, nestes primeiros dias a tartaruga está a explorar o novo ambiente. Se o comportamento se prolongar durante o resto da semana, a tartaruga pode estar desconfortável na sua nova casa e o dono deve verificar se tem as condições necessárias para a espécie. Isto pode dizer respeito a aquecimento, comida, tamanho do aquaterrário, proporção da parte seca/aquática, etc.
Deitada com membros e cabeça expostos
As tartarugas só se expõem quando se sentem seguras. Como animais de sangue frio, não são capazes de regular a temperatura do corpo e necessitam do sol ou águas quentes para o fazer. Assim, a tartaruga procura o sol ou outra fonte de aquecimento, tais como lâmpadas próprias que podem ser instaladas nos terrários, para se aquecer e manter a temperatura do corpo. Este comportamento é vital para as tartarugas.
É contudo necessário estar atento. Uma tartaruga letárgica que passa a maior parte do tempo debaixo de uma fonte de calor pode estar doente. Para distinguir as duas situações, verifique se a tartaruga come e se defeca normalmente.
Pescoço esticado
As tartarugas são animais curiosos, sempre alerta sobre o que se passa em seu redor. As tartarugas têm sentidos apurados que utilizam para se guiarem dentro e fora de água. Possuem um bom olfacto que as guia para alimentos e parceiros sexuais. A visão das tartarugas é também bastante apurada, embora geralmente seja melhor ao longe do que ao perto. Os ouvidos das tartarugas são dois buracos na cabeça por vezes escondidos por baixo de camadas de pele. Apesar de terem sido considerados amorfos durante algum tempo, sabe-se que as tartarugas são capazes de captar sons, sobretudo os mais graves. Utilizam sobretudo o corpo como condutor das vibrações que os outros animais produzem em contacto com o chão e são capazes de descodificar esses sinais no ouvido interno.
As tartarugas esticam o pescoço quando investigam algum ruído ou situação. Geralmente nesta ocasiões as tartarugas estão apoiadas nas quatro patas. Estão em situação de alerta e caso sintam perigo podem-se refugiar na carapaça. Se concluirem que o ambiente está calmo, remotam a actividade que estavam a fazer anteriormente. 
Comportamentos agressivos
As tartarugas são animais solitários e podem revelar comportamentos agressivos em relação às outras quando não existe espaço suficiente para todas.
Se este comportamento for sazonal, pode significar que tem um casal de tartarugas. Em algumas espécies, o acasalamento é bastante violento, com o macho a deixar marcas permanentes na carapaça da fêmea. Não será difícil distinguir as duas situações, uma vez que na época do acasalamento, o macho tenta por-se por cima da fêmea e de seguida segue-se o acto sexual. Fora desta época, comportamentos violentos significam quase sempre que o espaço é demasiado pequeno para nele viveram todas as tartarugas.
Escavar
As fêmeas escavam para construir o "ninho" onde depositar os ovos. Se a tartaruga escava continuamente é porque está à procura do local adequado. Crie as condições ideais para desova. Por vezes tem de adaptar o substrato a esta situação.
Se este comportamento surge perto do Inverno, a tartaruga pode estar a preparar-se para hibernar, criando um esconderijo seguro. Em cativeiro, aconselha-se a não permitir a hibernação das tartarugas a não ser que pretenda reproduzi-la. Por isso verifique a temperatura do terrário ou caso a tenha no exterior, prepare condições para a trazer para o interior.

O comportamento da tartaruga varia de indivíduo para indivíduo e da forma como o dono interage com elas. Se investir tempo com as tartarugas vai aperceber-se dos seus comportamento únicos. Muitas tartarugas chegam mesmo a adoptar comportamentos específicos para quando vêem os donos, geralmente quando os associam à hora da alimentação.

Fonte:Arca de noé.